Conhecido até pouco tempo atrás por sua
produção de pérolas e indústria marinha, o país que sedia a Copa, o Qatar,não surpreendeu o mundo apenas por
subitamenteproibir o consumo de cerveja
ao redor dos estádios de futebol. Na realidade, as pérolas da história do Qatar
sãoproduzidas em nível bem mais
profundo e faria tremer até mesmo a Europa medieval (incluindo até mesmo aconhecida Inquisição e seu festival de
horrores).
Na
realidade, o país da Copa traz em seu currículo- segundo amplamente denunciado
pela imprensa internacional- a nada invejável fama de violador dos direitos
humanos (incluindo trabalhistas) e perseguidor de qualquer movimento
oposicionista que se atreva a discordar de sua petromonarquia absolutista que
insiste em pousar à comunidade internacional como constitucional e legalista.
Sem falar da submissão desumana que a mulher local é submetida ou á condenação
oficialà morte da comunidade LGBTQI+.
Aliás, neste país persiste, ainda que não oficial, o Instituto da Kafala, que
determina que a troca de emprego só é possível (pasmem) quando o patrão atual
assina uma recomendação autorizando a mudança.
Só para lembrar, a Anistia Internacional
solicitou à Fifa uma indenização de pelo menos US$ 440 milhões, aos
trabalhadores estrangeiros que passaram por violações trabalhistas no Qatar na
construção dos prédios suntuosos que acolherão os jogadores de futebol. Estima-se,
conforme matéria publicada pelo repórter investigativo Yan Boechat, da Band,
pelo menos 6 mil nepaleses morreram em virtude de condições subumanas de
trabalho para erguer os prédios que hojeencantam o mundo.
Sacrifício cruel (perdão pela possível redundância)
de pobres homens que se aventuraram no Qatar em busca da melhora de condições
de vida, a sonhada recompensa queviesse
assegurar o envio de dinheiro para os seus que ficaram penando no país de
origem.
Não precisa ser nenhum especialista para afirmar
- sem medo de erro - que trata-se de um levantamento eivado pela subnotificação
já que se baseia em denúnciasde
famílias miseráveis(e ignorantes) do distante Nepal do Everest. sem esquecer a
mão-de-obra barata- e esquecida- vinda da Índia, Paquistão, Bangladesh e
arredores, cujas vítimas(muitas fatais
ou que carregam danos irreparáveis) devem se somar a milhares e certamente
serão esquecidas na primeira celebraçãode gol vindo de atletas, via de regra, muito pouco inclinados a
preocupações sociaisdesde que seus
polpudos salários (de preferência em dólares ou euros) sejam depositados
religiosamenteem seguros paraísos
fiscais ,longe de qualquer sanha tributária.
A tudo isto, o mundo em geral - e em
particular a “Pátria de chuteiras”- assiste a tudo em solene indiferença, numa
mudez que assusta e entristece. Uma maioria estranhamente silenciosa, muitas
vezes refestelada em confortáveispoltronas ou enlouquecidos nas ruas, ávidos pela sensação de
pertencimento de mergulhar na multidão em abraços frenéticos ao ver e rede
adversária balançar.
O homem e sua humanidade
Felizmente a raça humana conta com algumas
exceções que ressaltam o mais espontâneo e valioso desua humanidade, em lugar da aceitação(e
cumplicidade) das atrocidades cometidas. É o caso da Igreja alemã(isto mesmo,
com I maiúsculo) que promove uma campanha, relançada pela religiosa beneditina
e ativista Irmã Mary John Mananzan (uma respeitada educadora e teóloga) que
lembra quea violência também atinge as
colaboradoras domésticas, exploradas ou abusadas por seus patrões. Por isto
mesmo ela lançou, com o aval da Igreja alemã, a campanha “Cartão vermelho ao
Qatar por falta de respeito aos direitos humanos e exploração de trabalhadores
migrante”. Nada mais oportuno para um evento realizado num país polêmico e
controverso, como afirmam os promotores da campanha.
Além disto, ressalte-se, muitospaíses europeus e seleções vão levar em
frenteprotestos e boicotes à Copa do
Mundo no país asiático. Segundo o colunista Jamil Chade, a Hummel, fornecedora
dos materiais esportivos, disse que a seleção da Dinamarca vai fazer uso
camisetas em referênciaàs violações de
direitos humanos no país asiático. Ufa, sinais de resistência e alerta vindos
de legítimos representantes da civilização ocidental e livre quevem a público denunciar os desmandos . Aos
que insistem em desconhecer e ignorar todas estas evidênciascomo o presidente da Fifa, Gianni Fantino,
que acusou a Europa de descriminar o Qatar com tantas denúncias, digo a plenos
pulmões: VAI TE CATAR.
Por Domingos Sávio
Conhecido até pouco tempo atrás por sua produção de pérolas e indústria marinha, o país que sedia a Copa, o Qatar, não surpreendeu o mundo apenas por subitamente proibir o consumo de cerveja ao redor dos estádios de futebol. Na realidade, as pérolas da história do Qatar são produzidas em nível bem mais profundo e faria tremer até mesmo a Europa medieval (incluindo até mesmo a conhecida Inquisição e seu festival de horrores).
Na realidade, o país da Copa traz em seu currículo- segundo amplamente denunciado pela imprensa internacional- a nada invejável fama de violador dos direitos humanos (incluindo trabalhistas) e perseguidor de qualquer movimento oposicionista que se atreva a discordar de sua petromonarquia absolutista que insiste em pousar à comunidade internacional como constitucional e legalista. Sem falar da submissão desumana que a mulher local é submetida ou á condenação oficial à morte da comunidade LGBTQI+. Aliás, neste país persiste, ainda que não oficial, o Instituto da Kafala, que determina que a troca de emprego só é possível (pasmem) quando o patrão atual assina uma recomendação autorizando a mudança.
Só para lembrar, a Anistia Internacional solicitou à Fifa uma indenização de pelo menos US$ 440 milhões, aos trabalhadores estrangeiros que passaram por violações trabalhistas no Qatar na construção dos prédios suntuosos que acolherão os jogadores de futebol. Estima-se, conforme matéria publicada pelo repórter investigativo Yan Boechat, da Band, pelo menos 6 mil nepaleses morreram em virtude de condições subumanas de trabalho para erguer os prédios que hoje encantam o mundo.
Sacrifício cruel (perdão pela possível redundância) de pobres homens que se aventuraram no Qatar em busca da melhora de condições de vida, a sonhada recompensa que viesse assegurar o envio de dinheiro para os seus que ficaram penando no país de origem.
Não precisa ser nenhum especialista para afirmar - sem medo de erro - que trata-se de um levantamento eivado pela subnotificação já que se baseia em denúncias de famílias miseráveis(e ignorantes) do distante Nepal do Everest. sem esquecer a mão-de-obra barata- e esquecida- vinda da Índia, Paquistão, Bangladesh e arredores, cujas vítimas (muitas fatais ou que carregam danos irreparáveis) devem se somar a milhares e certamente serão esquecidas na primeira celebração de gol vindo de atletas, via de regra, muito pouco inclinados a preocupações sociais desde que seus polpudos salários (de preferência em dólares ou euros) sejam depositados religiosamente em seguros paraísos fiscais ,longe de qualquer sanha tributária.
A tudo isto, o mundo em geral - e em particular a “Pátria de chuteiras”- assiste a tudo em solene indiferença, numa mudez que assusta e entristece. Uma maioria estranhamente silenciosa, muitas vezes refestelada em confortáveis poltronas ou enlouquecidos nas ruas, ávidos pela sensação de pertencimento de mergulhar na multidão em abraços frenéticos ao ver e rede adversária balançar.
O homem e sua humanidade
Felizmente a raça humana conta com algumas exceções que ressaltam o mais espontâneo e valioso de sua humanidade, em lugar da aceitação(e cumplicidade) das atrocidades cometidas. É o caso da Igreja alemã(isto mesmo, com I maiúsculo) que promove uma campanha, relançada pela religiosa beneditina e ativista Irmã Mary John Mananzan (uma respeitada educadora e teóloga) que lembra que a violência também atinge as colaboradoras domésticas, exploradas ou abusadas por seus patrões. Por isto mesmo ela lançou, com o aval da Igreja alemã, a campanha “Cartão vermelho ao Qatar por falta de respeito aos direitos humanos e exploração de trabalhadores migrante”. Nada mais oportuno para um evento realizado num país polêmico e controverso, como afirmam os promotores da campanha.
Além disto, ressalte-se, muitos países europeus e seleções vão levar em frente protestos e boicotes à Copa do Mundo no país asiático. Segundo o colunista Jamil Chade, a Hummel, fornecedora dos materiais esportivos, disse que a seleção da Dinamarca vai fazer uso camisetas em referência às violações de direitos humanos no país asiático. Ufa, sinais de resistência e alerta vindos de legítimos representantes da civilização ocidental e livre que vem a público denunciar os desmandos . Aos que insistem em desconhecer e ignorar todas estas evidências como o presidente da Fifa, Gianni Fantino, que acusou a Europa de descriminar o Qatar com tantas denúncias, digo a plenos pulmões: VAI TE CATAR.
* Domingos Sávio, jornalista (MTB/AC nº 161)
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