Juntos



Cláudio Motta-Porfiro

                                               

PARA A MAE NOGUEIRA


Na beira de um rio um tanto estreito

Sorridente, linda e um cravo no peito

O amor sempre vai arranjar um jeito  

Mesmo com um dos pares contrafeito

De colocar tudo no seu devido lugar.


Era dotado de infinitude o sonho

Num instante, já lhes recomponha

Nada entre eles será enfadonho

O bem-te-vi não tem canto tristonha

A blusa branca e um sorriso juvenil.    


Olhava para a água límpida, torrente                                         

De longe ele a observava, atentamente

Farfalhar de folhas exuberantemente

Frescor brando, árvores e uma nascente

Diáfana e cândida e bela a musa sorriu.                                                                                                                                                    

Vivem hoje o desabrochar das flores

O rufar retumbante dos tambores

Delícias, estripulias, cores e odores

Almas ávidas, mil mãos em tremores

Juntos, ele e ela, tecem o amanhecer.

  

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